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Lideranças regionais denunciam estrutura precária da polícia no interior


Por Jornal Oeste com assessoria

Lideranças regionais denunciam estrutura precária da polícia no interior

Foto: reprodução

Número insuficiente ou ausência de policiais, déficit de viaturas, frota antiga -e muitas vezes sem condições de uso, equipamentos defasados. A estrutura de trabalho das policiais na maioria dos 23 municípios da região oeste de Mato Grosso é apontada por lideranças políticas e comunitárias como precária. 

“Tivemos uma denúncia de crime ambiental, nessa semana, que não tivemos como atender por falta de motorista na delegacia. Dá vergonha da falta de efetivo policial no interior”, afirmam Mirian Soares, policial militar na reserva, e Maristela Monez, do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) de Cáceres.

A mesma avaliação faz os prefeitos de Glória D’Oeste, Indiavaí e São José dos Quatro Marcos, Paulo Remédio, Valteir Quirino e Ronaldo Floriano, respectivamente, que denunciam o abandono por parte do poder público estadual e federal. A população dos municípios sofre com roubos, furtos, cárcere privado e tráfico de drogas.

“Queremos sensibilizar os políticos da nossa situação”. Valteir explica que em Indiavaí há apenas uma base da polícia militar onde deveria haver sete policiais, porém, como o efetivo e o único veículo são divididos com a comarca de Araputanga, a 28 km de distância, normalmente restam apenas um ou dois policiais sem viatura que ficam impedidos dos atendimentos.

Vítima recente de roubo com cárcere privado, Paulo Remédio conta que Glória D’Oeste embora tenha um posto da polícia militar, na prática, não possui efetivo e estrutura, já que a única caminhonete é muito velha. Os atendimentos das ocorrências são feitos entre Glória e Porto Espiridião, deixando a população muitas vezes desassistida. “Nosso policial responsável se aposentou e não houve substituição, mas não consegui sensibilizar o secretário de segurança pública ainda”.

Em São José dos Quatro Marcos, além do prefeito, a representante do Conseg, a advogada Mércia do Carmo, critica as condições limitadas do aparato de segurança pública, que possui uma delegacia de polícia civil, base da PM e um presídio. “Precisamos de viaturas adequadas e novas, rádio com sistema criptografado ao invés de analógico, câmeras de monitoramento e mais efetivo”, avalia a advogada.

Criado há cerca de 10 anos, o Conseg de Quatro Marcos tem feito parcerias com  prefeitura, empresários e poder judiciário para auxiliar a atuação das polícias. Os recursos obtidos são investidos, por exemplo, na manutenção de viaturas, aquisição de pneus e material para delegacia e base militar. “Ficamos sabendo da liberação de um volume grande recursos pelo governo do Estado e queremos estar incluídos”.

Maria Celene Alves veio de Rio Branco para participar da audiência pública na tarde de quinta-feira (11), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em Cuiabá. Mas disse que valeu a pena, porque foi ouvida pelo alto escalão da segurança pública em suas angústias. “Esta é uma de extrema importância, compõe os três pilares educação, saúde e segurança”.

Atualmente ela atua como vereadora, mas chegou ao município em 2002 para tomar posse no concurso como investigadora da polícia civil. Na época, eram 18 profissionais e hoje são apenas sete, devido a aposentadorias, mortes e afastamentos. “Já pedi ao secretário e aos diretores que olhem para região, apesar das limitações financeiras do estado, é inconcebível ter apenas um policial no plantão”.